sexta-feira, abril 30, 2010

ALUCINANTE...

Jadson Andre, campeão do BILLABONG PRO SANTA CATARINA 2010, ao lado da lenda do esporte Kelly Slater, vice-campeão. Foto: Eduardo Rosa/EllementWater.com.
É a palavra que melhor define o que aconteceu ontem no dia da grande final do BILLABONG PRO SANTA CATARINA 2010, etapa brasileira do World Tour da ASP.
Dois dias de sol foram suficientes para atrair á Imbituba uma multidão sedenta para assistir o que de melhor há no surf competição. Os melhores surfistas do mundo na atualidade mostraram ao público, nos quatro dias do evento, que o esporte passa por uma transformação e que as alterações ocorridas no critério de julgamento por iniciativa da ASP foram mais do que acertadas.
Exemplo disto, foi o número de novatos nas quartas de final do BILLABONG PRO SANTA CATARINA 2010. Dos oito competidores das quartas-de-finais, cinco representavam a nova geração, a chamada air generation.

É o novo critério fazendo escola e mostrando que a velha guarda terá que se atualizar se quiser se manter na elite.

O potiguar voador, Jadson André, voando alto na Praia da Vila, em Imbituba, para garantir o título da terceira etapa do circuito mundial. Foto: Aleko Stergiou.

Bem, voltemos ao evento. Na quarta-feira, dia 28, o sol e as ondas se apresentaram, a organização acompanhando as previsões e os gráficos de ondas decidiu sabiamente por colocar na água as baterias da terceira fase e antecipar quatro baterias das oitavas, dando início reinício à competição a partir das 07:15 hs. Nesse interim, o catarinense Neco Padratz cai diante do aussie Mick Fanning. O potiguar Jadson André continua sua escalada rumo ao pódio, derrotando o experiente Damien Hobgood que já faturou a etapa na Praia da Vila, em 2005 e fez final em 2006 contra o virtual campeão da etapa e do circuito daquele ano, Mick Fanning. O paulista Adriano de Souza passa com sobra por um apagado novato norte-americano, Patrick Gudauskas. Mas, cai diante de outro norte-americano da novíssima geração Dane Reynolds e dá adeus às chances de reeditar a final do ano anterior.
A noite foi forte no Rosa, com a festa para convidados realizada no Swell Parador. Muita gente bonita embalada pela banda local Teto Fernandes e Banda e pelo dj que fez a galera sacudir até altas horas.

No dia seguinte, o evento recomeça para realização das baterias restantes das oitavas-de-final, quartas e semi-finais e a tãesperada final.

Na primeira bateria do dia, o australiano, Mick Fanning, despacha outro dinossauro do circuito o norte-americano Taylor Knox. O aussie Owen "giant" Wright faz a mala do francês Jeremy Flores, vencendo com uma boa vantagem. O eneacampão Kelly slater (EUA) trava um belíssimo duelo contra Chris Davidson (AUS) e garante vaga nas quartas. O sul-africano Jordy Smith faz a última bateria das oitavas e não encontra dificuldades para derrotar um pesado Roy Powers, que não se enontrou e não esboçou reação alguma que ameaçasse o adversário.



Kelly Slater usando todas as armas para defender o título do WCT Brasil . Foto: Aleko Stergiou.

Como destaquei, no segundo parágrafo, a nova geração ditou as regras nesta competição e chegou ocupando mais de 60% das vagas das quartas-de-final.

Em baterias disputadíssimas foi se desenhando as semifinais. Jadson André passou apertado pelo surfista tahitiano Michel Bourez. Dane Reynolds derrotou o campeão mundial, CJ Hobgood. Owen Wright deixou Taylor Knox precisando de uma onda. E, Slater, como sempre perigoso e imprevisível, derrotou Jordy Smith.

As semifinais tinham então 75% das vagas preenchidas pela geração aéreo. Jadson André que abusou dos vôos e aterrissagens como quem troca de roupas encarou Dane Reynolds que lutou até os últimos instantes mas, não consguiu deter a franzina revelação brasileira.

Kelly Slater muito concentrado e focado foi com tudo pra cima do galego grandalhão, Owen Wright, e liquidou a fatura sem maiores problemas, garantindo assim a vaga para defender o título da etapa que havia vencido por duas ocasiões, em 2003 e 2009.

O evento ficou parado por mais de 40 minutos para que os surfistas descansassem. Exatamente, ás 13:13hs foi anunciado pelo locutor Marcos Bukão o início da bateria final do BILLABONG PRO SANTA CATARINA 2010. Durante dez minutos nenhuma série entrou e nenhuma onda foi surfada, fazendo com que o headjudge usasse a opção de reinício da bateria. Dando o reinício o que se viu foi uma supertorcida motivando o garoto brasileiro, Jadson André, contra o monstro Kelly Slater numa espécie de flashback da edição do WCT do ano anterior. Até o mar parecia o da decisão do ano anterior.

No entanto, o destino do garoto do Rio Grande do Norte estava selado e surfando como gente grande foi gravando pouco a pouco seu nome na galeria de campeões. André surfou a primeira onda da bateria recebendo nota 4. Slater em sua primeira onda marcou 5,50 pontos. Em seguida pega mais uma onda para marcar 6,50 pontos e assumir a ponta da bateria.

jadson vem na onda de trás e marca um 8 pontos que ficou barato. Poderia ter sido um 9 e estaria bem pago. O garoto simplesmente mandou dois aéreos muito altos e finalizou com maestria. O floridiano buscou a reação marcando outro 6,50, que na minha opinião foi bem valorizada pelos juízes, passando à frente no placar. Mas, o dia era de André que absolutamente tranquilo foi atrás de outra onda para marcar através dos seus aéreos insanos marcar um 6,40 e voltar à ponta da final.

Slater precisva de uma nota 7,91 e quem já viu o careca surfar ou acompanha o circuito sabe que isso não é nada para "o cara". Deixando a praia toda apreensiva Kelly pega faltando apenas 4 minutos para o final da bateria a onda 1que poderia lhe dar o título. Trucida a onda até o final e aguarda o resultado no outside. Com a divulgação de um 7,50 a praia explode em uníssono e vibra muito.

Nenhuma outra série aponta no horizonte e depois de 12 anos sem uma vitória brasileira na etapa canarinho do circuito mundial, JADSON "VOADOR" ANDRÉ é coroado o REI DE IMBITUBA.
Parabéns moleque e que o exemplo dele sirva para tantos garotos que sonham com um futuro promissor no Surf.

Agora, que ninguém se engane, o careca está mais vivo do que nunca e na minha opinião em 2010 será o ano do 10º título mundial, estrategicamente articulado por Kelly Slater e seu patrocinador. E ele pode, é só querer.
Aloha,

Beda Batista.
2b Surf.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sim, provavelmente por isso e