sexta-feira, janeiro 25, 2008

Fui Surfar...

Uma direita dessas pro fim-de-semana tá bom? Na verdade, o bom é sempre na segunda-feira. Foto: Tânia Candemil/Vilahine


Fim-de-semana chegando...e eu vou surfar. Embora o swell esteja previsto para segunda e terça-feira vou aquecendo embalado pelo carioca/bon vivant Ben Jor...

"Solta o som DJ"...

Solitário Surfista/Jorge Ben Jor
Acorde num domingo
Tome seu café
Pegue a sua prancha
Tome a benção a mãe
Reze com fé
E vai pro mar

Descubra a natureza, o encanto e o mistério
Desta contagiosa beleza
Que o divino Deus criou
Por isso agradeça e pegue
Uma onda verde-esmeralda
Entre no tubo
E peça licença aos peixes
E namore as sereias
E mostre um front side, um cut back
Um back side, um loop
Um cento e oitenta, um trezentos e sessenta graus
Pois o mar é de graça, é todo seu

Beda Batista/2B Surf

terça-feira, janeiro 22, 2008

Festa Nacional do que?

"Tem gente que prefere afundar com o elogio do que ser salvo pela crítica." Essa frase lí em um comentário anônimo de um blog. E ela cai como uma luva para o texto que estou publicando.
Esse post é para criticar mesmo. Não com o objetivo de denegrir ou chafurdar alguém, mas para que os organizadores se toquem e se dediquem a organizar uma festa de qualidade, não esse evento meia-boca que anunciam como um dos melhores do gênero.

Vamos aos fatos:
Foi realizada entre os dias 17 e 20 de janeiro a 9ª edição da Festa Nacional do Camarão, em Imbituba - SC.

FESTAS
Acontece que o evento, em relação aos shows, mesmo antes de seu início já deixava dúvidas, pois durante a Semana Nacional da Baleia-Franca, em setembro passado, em que o músico Zé Ramalho realizou um magnífico show no canto da Praia da Vila, foi anunciado e não sou a única testemunha, que o Ziggy Marley, filho da lenda do reggae, o jamaicano Bob Marley, faria uma apresentação na noite do reggae. Inclusive o apresentador fez questão de frisar, que "quando o Evaldo Marcos promete ele cumpre." Foi uma barrigada daquelas, o Evaldo não cumpriu e o Ziggy não apareceu na Zimba. Será que alguém esqueceu dessa promessa?

Durante a noite do Festival de Reggae, que anunciava as seguintes atrações: Maskavo, Kaya Reggae Band, Tribo de Jah, Julian Rosa (alguém conhece essa figura?), Chimarruts e Armandinho, a previsão era de uma tempestade daquelas, que se confimou por volta das 21:00hs, justamente o horário marcado para início dos shows. Decisão acertada e a organização decidiu aguardar o temporal passar e dar início aos shows. Parabéns, acertaram na mosca. A tempestade passou e a noite embora não totalmente aberta, manteve-se apenas com nuvens. Coube à Kaya Reggae Band, banda local de Imbituba com seu público fiel e tradição no circuito de shows da região, aquecer a galera para o que prometia ser uma ótima noite de reggae music. Em seguida, entrou os gaúchos da banda Maskavo que seguiram a pegada da primeira e deixaram a galera no ponto para a Tribo abrir seu quarto show em Imbituba. A Tribo de Jah dispensa comentários, e agitou a galera tocando antigos sucessos como Babilônia em Chamas, Menina Raiz e Regueiros Guerreiros e incrementando com novas músicas. A banda havia tocado exatos 40 minutos quando a produção pediu que apressassem a apresentação. Fauzy no maior estilo Maranhense de cativar o público pediu com aquele vozeirão peculiar "produção nós vamos fazer mais umas duas músicas para essa massa regueira de Imbituba". E dez minutos depois a Tribo se despedia de Imbituba, sem que nem uma canja fosse permitida ao público pedir, pois a banda terminou e colocaram um "poperô" em cima e ninguém ouvia mais nada. Completa falta de consideração com uma das maiores bandas de reggae nacional que passeia pelo universo reggae mundial com total maestria e conhecimento de causa. E essa, pasmem, é a segunda gafe com os maranhenses aqui na terrinha. A primeira foi há 11 anos atrás quando a festa não era nacional e rolava na beira da praia. Convidados para tocar em Imbituba por algum desavisado que acreditava que por ser do nordeste eles tocavam "axé music", os rastafaris, os bichos-grilo e malucos de plantão se esbaldavam na fumaça e nos acordes da Tribo, quando Fauzy parou o show e disse o seguinte: "Galera, estão pedindo aqui pra gente tocar axé music." A vaia foi geral. E o vocalista emendou: "Vocês querem ouvir axé music?" E a galera ensandecida respondeu: "NÃÃÃÃOOOOO." E para finalizar perguntou: "Então o que vocês querem ouvir ?" E como resposta teve: "REGGAE MUSIC".
Os caras da Tribo devem estar achando que aqui só tem louco. A maioria não rasga dinheiro, mas tudo bem.

Continuando com o sábado, a Tribo de Jah deu lugar a um inexperiente e inexpressivo músico de Imbituba, filho de pai empresário e patrocinador da festa e que deve ter dado um "apoio" forte para o garoto estar lá em cima e nas capas de jornais com manchetes do tipo: "milhares de pessoas acompanham Julian Rosa em sua apresentação no Festival de Reggae". O cara até se esforçou, mas não cantou uma música conhecida, apenas canções próprias. Fracas por sinal. Levou uma torcida organizada, com camisetas e cartazes, como se fossem fãs e esfriou a galera totalmente. Pedidos de "saí fora", "chega" e "demorou" era o mais se escutava. Mas aí entra aquele velho bordão "quem pode mais chora menos". Chorou a galera que perdeu um show da Tribo de Jah para ver um novato engatinhando e sem qualquer domínio de palco, tentando empurrar goela abaixo uma musiquinha meia-boca. Foi PHODA, com PH mesmo.

À galera do Chimarruts restou a difícil missão de tentar reanimar uma multidão que à beira do sono aguardava pelo Armandinho. Foi difícil, mas os caras foram bons e quase chegaram lá.
Eu particularmente não sou fã do Armandinho, com seu reggae melódico pop, mas o cara tem domínio de palco e fez um show legal fazendo a galera cantar do início ao fim. A garotada têm as letras na ponta da língua e sacudiu o esqueleto até o fim.
Lamentável que a comunidade regueira sofra tanto com ações políticas/comerciais até em eventos musicais, mas fica o registro para que os responsáveis tenham ao menos um pouco de consideração ao montar um roteiro de shows. Se precisarem de ajuda podem entrar em contato comigo que dou uma assessoria. Agora um papelão desses, é inaceitável.

MOTOCROSS
No Domingo, um fato lamentável ocorreu na arena destinada às apresentações de Motocross. Atingida por uma motocicleta desgovernada, uma espectadora veio a falecer antes de chegar ao hospital.
Não cabe a mim apontar responsáveis, mas aquela tela de "proteção(?)" que estava implantada em frente a arquibancada é uma verdadeira piada de mau gosto. Cabe à polícia apurar os responsáveis e que os mesmos sejam punidos com a maior severidade possível. A segurança é necessária em qualquer evento, principalmente em se tratando de apresentações de esportes radicais.

FEIRAS
Não consigo imaginar como um evento que chega em sua nona edição nacional não conta com uma verdadeira feira. Não aquela meia dúzia de estandes perfilados. Falo de uma feira de verdade. Com empresários investindo forte, comunidade engajada em mostrar a cultura local, prefeitura incentivando artesãos locais a apresentar seus trabalhos, estandes contando a história das baleias-francas, da estrada de ferro Thereza Cristina, do Porto de Imbituba e do pioneirismo de Henrique Lage.

"CADÊ O CAMARÃO?"
Para finalizar a festa é do que mesmo? Ah sim, Camarão. Começo usando a frase da Paula Toller, vocalista do Kid Abelha, que realizou show ano passado por aqui e reclamou que não tinha visto camarão. E com toda a razão. FESTA NACIONAL DO CAMARÃO SEM CAMARÃO NÃO É FESTA. Pois, se é de camarão, deve a organização preparar uma vila gastronômica com todos os tipos de camarão possíveis e imagináveis. Uma seqüência de camarão viria a calhar. O cidadão/turista vai à Festa Nacional do Camarão e encontra a preços absurdos apenas três tipos de camarão: Ao bafo, à milanesa e frito. Fala Sério. Indiquei a festa à uma turista que está alugando a minha casa e ela achou a festa "com uma feira pobre e sem camarão." Essas são palavras de uma turista. Ou a Prefeitura Municipal de Imbituba arruma alguém que saiba organizar uma festa de verdade, ou em breve perderemos também a FESTA NACIONAL DO CAMARÃO. Não desdenhando, até porque já fui várias vezes e é ótima, por isso faço a comparação pelo tamanho e propaganda diferentes entre as duas, mas até a Festa da Tainha organizada na Barra da Lagoa, em Floripa, pela comunidade local, dá um banho no quesito pratos típicos.

Enquanto pensarmos pequeno teremos apenas mais uma festinha...ou seja, AINDA FALTA MUITO PARA SER NACIONAL.





terça-feira, janeiro 15, 2008

Poucas e boas do WCT Brasil...

Pelo quinto ano consecutivo acompanho de perto o WCT Brasil. Nas três primeiras edições catarinenses atuei apenas na cobertura e nos dois últimos anos além de fazer a cobertura, para alguns veículos de comunicação, participei junto à ASI - Associação de Surf de Imbituba, na organização do evento.
A festa que acontece durante esses eventos é incrível e a tietagem nos bastidores e arredores é algo quase inacreditável. Tem modelos querendo algo mais além de uma foto, tem pseudo-jornalistas querendo mais que furo de reportagem, tem atletas querendo mais do que competir e também tem staff querendo aparecer mais que competidor. Enfim, é uma verdadeira babilônia esportiva estremecendo as estruturas do cotidiano dos meros mortais.
Anotei algumas das "pagações" que captei durante o Hang Loose Santa Catarina Pro e deixei baixar a poeira do evento para poder publicá-las. Algumas dessas, como dizia uma propaganda de cartão de crédito, "não tem preço".

Dean Morrison com fome

Dean Morrison com fome, literalmente, foi barrado no restaurante. Foto: ASP Cestari/Covered Images.

Uma das situações mais embaraçosas para qualquer mortal é ser barrado, em qualquer lugar que seja. Pois é, aqui no Brasil teve atleta que não apenas foi barrado, mas também ficou sem entender o porquê. Estava na fila do restaurante, montado para o staff do evento, aguardando a minha vez da bóia. Na minha frente estava o baixinho aussie Dean Morrison, que ao chegar na porta foi barrado. Além de estar com o ticket de café-da-manhã, ao invés de almoço, seu nome não estava na lista. Ou seja, não tinha rango pro baixinho. Achei estranha a situação, mas não sou eu quem decide isto e o atleta foi embora com a maior cara de fome. O estranho é que no dia seguinte ví vários atletas almoçando numa boa. Inclusive o cara que barrou o Morrison, liberou uma galera para almoçar. Moral da história: 2 pesos, 2 medidas.

I don't speak English
Para mim esse papo terceiro mundista de que os caras que vêm de fora tem que aprender a falar português é a sentença de que estamos muito atrasados. Claro, que não é obrigação nenhuma termos que falar o idioma "deles", mas daí a acharmos que aprender um outro idioma e poder pô-lo em prática durante um evento internacional é uma alternativa que não nos cabe, é pura burrice mesmo. Somos um país atrativo e turístico por natureza. Em algumas áreas tecnológicas somos potência mundial. Claro que falta investimentos públicos na maioria das coisas, mas a garra do povo brasileiro aliada à força de vontade vencer faz dos "tupiniquins" um dos maiores empreendedores do mundo segundo a OMC - Organização Mundial do Comércio. Então quer dizer que nos adaptamos às realidades impostas e nos viramos com o que temos. Na minha opinião se você tem um pensamento como o descrito acima, você deixa de crescer pessoalmente por não achar cabível ter que falar inglês, esperanto, ou mandarim enquanto nossa língua é o português.
O pior disso tudo é que quem disse isso - "Eu não tenho que falar inglês, "eles" é que tem que falar português..." - foi um dos atuais manda-chuvas da Federação.

"Go Kelly"

Kelly Slater logo após o incentivo que ninguém entendeu. Foto: Beda Batista/2B Surf.

Essa foi uma das melhores. Kelly Slater acabara de sair de uma bateria com cara de poucos amigos. Deu um banho na hidromassagem destinada aos atletas e saiu. Depois retornou com outro semblante, como se fosse outra pessoa. Desceu à praia ficou quase uma hora dando autógrafos e fazendo fotos com os fãs e subiu novamente à área de imprensa. Fez mais fotos com jornalistas e alguns "credenciados". Nesse momento, do nada, um surf-repórter gaúcho com nome de fruta e àquele famoso e conhecido super-ego grita: "Go Kelly". Todo mundo que estava no local se entreolhou e ninguém entendeu nada, muito menos Mr. Slater que deu o sorriso mais amarelo do mundo. O pagador de mico ficou com a maior cara de pastel e saiu de fininho.


Modelo à vista

A modelo circulou com vontade pelos bastidores. Foto: Beda Batista/2b Surf.

O que tinha de modelo circulando pelos bastidores, não estava no gibi. Tinha loiras, morenas e ruivas. De todas as formas, altas, baixas, medianas, magras e com curvas mais acentuadas, enfim tinha de tudo, só não tinha mulheres feias. Bem, se tinha não apareciam. Tinha uma loira, esposa de um conhecido shaper, que se destacava pelo micro fio-dental e pelo pouco pano da mini-saia. Os fotógrafos se esbaldaram, ela foi motivo de muitas fotos, certamente. Mas essa aí da foto, escancarou. Apareceu todos os dias com um fantoche cabeludo e queria a todo custo estar próximo dos tops. Dizem as más línguas que fez final e tudo.

Coisas do WCT...

Beda Batista
2B Surf


quarta-feira, janeiro 09, 2008

Rostos nas paisagens...

Lembro de quando era garoto e deitava na grama em frente à casa de meus pais e passava horas olhando as figuras que as nuvens em movimento criavam. Detestava quando o 'Nordestão" ou "Boca Seca", como também é conhecido o vento Nordeste aqui na Zimba, apertava e as nuvens corriam rápidas demais desfazendo rapidamente as figuras e causavam uma náusea danada. Há muito tempo estou com essas fotos arquivadas esperando o momento de publicá-las com um texto interessante.
Sempre fui fissurado em fotos. Minha primeira máquina fotográfica foi uma Zenith, com a qual tirei uma série de fotos bacanas e um monte de fotos que não valeram o filme. Pessoalmente, acho que as fotos vão muito além de eternizar um registro temporal, pois quando vejo uma foto consigo lembrar não só do momento, mas de toda a atmosfera em que a mesma foi concebida. E esse para mim é o maior valor de uma foto, poder transportar o indivíduo para o momento e local em que foi clicada.
Essas fotos que estou postando foram feitas por pessoas distintas, em épocas e lugares distintos, mas que de alguma maneira tem um ligação mística, não apenas com o ambiente natural, mas com o surf em particular.
Espero que vocês curtam e se tiverem alguma foto interessante, podem enviar que publicarei em ocasião posterior.

Faço os comentários em cada foto abaixo, de acordo com o recebimento e arquivamento que fiz na ocasião.

Essa foto é clássica e certamente muitos de vocês já a viram, mas não desse ângulo. Essa foto foi tirada nas montanhas de Machu-Picchu no Peru. Os Incas eram mestres em cortar e unir grandes blocos de pedra e contruíram a cidade-fortaleza de Machu Picchu que foi descoberta em 1911, no topo de uma montanha de 2.400 metros de altura, numa região inacessível da cordilheira dos Andes. Essa foto foi girada em 90º graus e o rosto de um homem aparece nitidamente. Seria um nativo Inca protegendo àquele santuário? Foto: Recebida via e-mail enviado por um amigo em 2004.

Esta foto tem uma história interessante. Eu estava em Balneário Camboriú passando o reveillon de 2004/2005 e navegando pelo site do surfista/viajante/ambientalista/nômade/aventureiro, apenas para citar alguns substantivos cabíveis, Tito Rosemberg, que relata e registra visualmente suas viagens ao redor do globo, quando encontrei algumas fotos interessantes de uma de suas andanças pelo Marrocos. Essa foto me chamou muita atenção e logo que a ví percebi que havia no final do paredão de pedras, do lado esquerdo, a figura perfeita de um velho. Enviei na mesma hora um e-mail ao Tito, que me respondeu dizendo que nunca tinha percebido, mas que depois da mensagem conseguiu visualizar "o velho" instantaneamente. Foto: http://www.titorosemberg.com.br/

Essa foto foi a primeira que recebi. Foi um grande amigo que mora em Portugal quem me enviou. A imagem de Netuno, Guardião dos Mares, na Horta, no litoral Lusitano é fantástica. O interessante, segundo o texto que acompanha a foto, é que o rosto foi visualizado por um surdo-mudo. Foto: Peter. Recebida via e-mail em 2002.

Beda Batista

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Remediado está...

Que saudades da Vila sem crowd. Foto: Beda Batista /2B Surf


Depois de 10 dias sem postar absolutamente nada e "me dar" uma merecida pausa para um balanço anual, estou de volta.
Na última semana, praticamente sem ondas na região, decidi curtir com a família algumas caminhadas pelas praias, lagoas, dunas e costões da Zimba. Foi definitivamente um programa alucinante. Sair um pouco da rotina surf e dar uma variada no menu, às vezes, vale à pena. Ainda mais com essa invasão que estamos sofrendo pelos EC's. Retornando do estado de letargia blogueira e dando uma navegada pela grande rede lí algumas coisas que, embora não sejam novidade, continuam a preocupar não apenas surfistas, mas moradores da "Bela e Santa Catarina", em geral. Lí um texto de final de ano do Máurio Borges, no Alohapaziada, que traduz o sentimento da maioria do mortais sem ausência de massa cinzenta.
Em seu texto Borges reclama da falta de estrutura da Ilha de Santa Catarina para receber tantas pessoas que vêm em busca da tão propagandeada "qualidade de vida" da capital catarinense. Inclusive já escrevi um artigo sobre o tema. Acontece que a Ilha realmente oferece qualidade de vida, só esqueceram de mencionar que isso ocorria há pelos menos 10 anos atrás e apenas no inverno, quando a população voltava ao seu número normal, sem o inchaço da população flutuante. O que está errado nas propagandas para atrair turistas, é que estão vendendo a imagem de uma ótima cidade para "morar" ao invés de uma ótima cidade para "visitar". Dessa forma, quando um Paulista, Carioca, Mineiro ou nativo de outro estado qualquer se depara com Floripa, de certa forma ainda em estado natural, preservada em algumas partes, como o Sul da Ilha, e detonada em algumas, como o Norte da Ilha, ele "pira" e quer vir morar aqui. Isso aconteceria conosco também se não fôssemos nativos desse belíssimo estado que é Santa Catarina.
Esse fenômeno aconteceu com os gaúchos e argentinos até o início dos anos 90, só que agora estamos vivendo um turismo nacionalizado, ou melhor, globalizado. Daí decorrem todos os problemas não apenas da Ilha, mas também de outros destinos turísticos como Balneário Camboriú, Itapema, Portobelo, Garopaba, Laguna, e até, pasmem, Imbituba, que antes do WCT era bem freqüentada, mas agora foi invadida. Pude perceber claramente a mudança, no último feriado de reveillon. Os supermercados estavam entupidos de gente que compravam de tudo, parecia que o Armagedon estava acontecendo ou às vias de acontecer. Foi hilário, ver tanta gente de digladiando por água, comida, e tudo o mais necessário ou supérfluo. Fiz meia volta e corri para a praia. Pensei: "Se toda essa gente está aqui, a praia deve estar vazia". Ledo engano, a praia da Vila estava tomada por um "mundaréu" de gente que mais parecia a final do WCT.
E é isso, enquanto não tivermos políticas públicas voltadas para a exploração do turismo de forma sustentável, com consciência ecológica e principalmente baseada no "VISITE-NOS SEMPRE, MAS CONTINUE MORANDO EM SUA CIDADE", continuaremos sofrendo com as invasões dos EC's ou Extra-Catarinas. E esse é apenas o primeiro sintoma do organizado caos que os políticos estão instalando no estado, muitos mais virão. A criminalidade aumenta à olhos vistos, os preços beiram a estratosfera e os nativos continuam pagando o preço de morar no Paraíso.


Como diz o ditado: "O que não tem remédio, remediado está".

Aloha,


Beda Batista
2B Surf