Como todos sabem, o fenômeno careca nascido na Flórida (EUA) acabou com a festa brasileira, personificada por Adriano de Souza, na busca pelo lugar mais alto do pódio. Kelly Slater mostrou mais uma vez - claro que não era preciso, mas quem é rei nunca perde a majestade – que, como poucos e seletos mortais, ele pode ressurgir das cinzas e virar um jogo, ou no caso uma bateria, que parecia perdida e alcançar o olimpo em questão de minutos. Foi o que aconteceu e o público assistiu estupefato em plena Praia da Vila, em Imbituba (SC), quando faltando exatos 10 minutos para terminar a bateria final do WCT Brasil 2009, Kelly Slater tira da manga duas ondas high score e mostra porquê é o cara a ser batido, ainda.
Mr. Slater começou a escalada em busca do seu décimo título mundial de forma brilhante. Correndo por fora, como gosta de fazer, e jogando a responsabilidade em cima de seus adversários, despachou grandes nomes durante o evento para encarar um inspirado Adriano de Souza, o Mineirinho, e sagrar-se bicampeão da etapa brasileira, a exemplo do que aconteceu no primeiro ano do retorno do tour mundial em Santa Catarina, em 2003. A diferença estava apenas na esperança da torcida. Se naquele ano o fenômeno encarou o “galego” Mick Fanning, então desconhecido dos brazucas, e foi unanimidade na Praia em que consquistou seu oitavo título mundial, três anos depois, em 2006, nesse ano a torcida mesmo contrariada era praticamente toda a favor do menino prodígio do Guarujá, que veio de uma escolinha de surf para marcar seu nome entre os grandes do circuito mundial.
Slater ergue os braços de Mineirinho, numa atitude desportiva e de reconhecimento, marca registrada em sua excepcional carreira. Foto: ASP / Covered Images.
No entanto, ninguém contava com o “ressurgimento” da fênix floridiana, que como poucos sabe do poder que têm em recuperar-se e mostrar a que veio.
Kelly Slater estava bem à vontade por aqui neste ano. Sem pressão alguma, exceto aquela que a mídia insiste em imprimir, ele foi visto surfando e circulando tranqüilamente pelas praias e ruas da pequena Imbituba. Distribuiu autógrafos, atendeu fãs sedentos por uma foto ao lado do ídolo e também pediu educadamente licença quando o assédio beirava o insuportável.
É claro, que nem todos vêem as coisas desse prisma, afinal, cada um enxerga o que quer ou o que lhe convém.
Kelly Slater mostrando o caminho durante freesurf na Praia do Porto, em Imbituba (SC). Foto: Sarita Porton/Imbiwave.
No terceiro dia de evento por aqui, falei com um amigo que me disse que acreditava ter visto o Kelly indo para a Praia do Porto. Fiquei com a pulga atrás da orelha e fui conferir. Será mesmo que ele surfaria por ali? Principal e infelizmente, pelas condições da água não serem as mais recomendadas para banho nesses últimos tempos. Quando cheguei à praia, a constatação de que meu “informante” estava certo foi clara. Vi um careca de roupa branca e vermelha dropando atrás do pico e se escondendo para tirar um tubo rápido, numa onda divertida que não passava de 3 pés.
Encontrei a Sarita e o Davi, esposa e filho do meu amigo Gean Carvalho, da Imbiwave, fazendo fotos enquanto distraia o pequeno. Ela me disse que tinha feito umas fotos maneiras do fenômeno. Pedi que me enviasse para publicar no blog e ela disse que enviaria. Nesse meio tempo, Slater pegou mais umas duas ondas e fez estragos, como era de se esperar, voando num aéreo 360º inacreditável e finalizando a onda de forma irrepreensível. Em seguida, ele se dirigiu à praia terminando o que pode se chamar de banho histórico na praia do Porto.
Convidei a Sarita para tirar algumas fotos do Davi junto ao ídolo. A Sarita ficou em dúvida não querendo incomodá-lo. Falei a ela que acreditava que ele não se importaria, pois gostava de crianças. Nos dirigimos em direção ao carro em que Slater, Jeremy Flores, Piu Pereira e outros membros da equipe se encontravam. Kelly quando nos viu com a câmera, pediu, por favor, para não tirar fotos. Claro que senti como se um balde de água fria fosse jogado sobre nossas cabeças. Respeitamos o pedido dele, mas disse à Sarita para darmos um tempo que talvez na saída ele parasse para uma foto. Não deu outra, quando estavam saindo Kelly pediu para parar o carro e permitiu que fizéssemos as fotos. Ele ficou alguns segundos brincando com o “Rei Davi” que estava no colo da mamãe, enquanto eu fazia fotos belíssimas que serão recordação por longo tempo para a família Imbiwave. No final agradecemos e o pequeno Davi não queria largar a mão do “cara”. Slater brincou como se estivesse fazendo força para largar a mão do garoto e como ele realmente não largava, disse “ok, vamos comigo então”. Certamente, aquele momento vai ficar registrado não apenas para nós, como também para a equipe da barca vejam as fotos e confiram. E quem dúvida que o pequeno Davi tenha mandado toda a energia para uma vitória norte-americana em águas brasileiras?
Confira o vídeo neste endereço: http://www.surfline.com/video/video_player/video_player.cfm?id=28236
Kelly e sua trupe em momento relax em Itapirubá. Foto: Jonas Tatuíra.
Slater e sua trupe correram por diversas praias da região de Imbituba. Ele foi visto e fotografado, conforme as imagens enviadas por meu amigo Lucas Furghestti, em Itapirubá, Ibiraquera e praia do Rosa. Ou seja, o cara não veio a passeio, mas que deu uns bordejos, isso deu.
Aloha,
Beda Batista
2BSURF
3 comentários:
E ai Beda.. na real as fotos não foram tiradas por mim e sim pelo Jonas Tatuíra ... mas Itapira já entrou p/ mapa.. Abç
Olá Beda,
Conforme sua solicitação, seu blog foi incluído no Surfando os Blogs, que é o local mais prático para conferir uma lista sempre atualizada (automaticamente, pelo RSS/Feed) das postagens mais recentes dos Blogs de Surf na língua portuguesa.
Caso queira retribuir o link em seu blog, ficaremos muito agradecidos.
Saudações,
Equipe do Surfando os Blogs
http://surfandosblogs.blogspot.com/
Parabéns pela materia, esse WCT foi muito bom mesmo...
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