segunda-feira, julho 13, 2009

"Era 13 de julho, uma segunda-feira..."

"...o sol era quente era uma torreira
era um dia bem abafado
cinco horas da tarde o céu ficou numa escuridão,
começou caindo pedrinhas no chão.
depois foi aquele resultado..."

"Só peço à Deus, que aquilo não mais ocorra, se acontecer que ele me socorra, porque da Imbituba eu não vou me mudar." Música de Amauri Castro, que resume o sentimento dos nativos. Foto: Osappo.blogspot.com.


Hoje faz exatamente 22 anos que Imbituba foi praticamente destruída, em virtude de uma forte chuva de granizo. A pequena cidade açoriana, localizada 90 quilômetros ao sul da capital do estado, Florianópolis, ficou sitiada sem contato com o restante do país. A fatídica segunda-feira que virou música de Amauri Castro é lembrada por muitos, apesar do tempo e da fugacidade. Em apenas cinco minutos,o caos se instalou e muita gente ficou desabrigada. Os surfistas que se aventuraram naquele dia, pagaram seu preço com muitas pedradas, outros conseguiram se enterrar na areia da praia, pagando com a prancha o seu quinhão de verão em pleno inverno. Muias "estórias" se seguiram e são contadas e ouvidas até hoje. A única certeza de quem presenciou tal fato, é de não querer repetir a dose.

Chuva semelhante, que durou cerca de 5 minutos, destruiu Imbituba e fez com que o povo solidificasse seu amor pela terra natal. Foto: Osappo.blogspot.com.


Naquele dia, lembro-me muito bem, fez um dia que pode se chamar de verão, quase 30 grau em pleno inverno do hemisfério sul, é algo inusitado e totalmente atípico. No final da tarde uma nuvem de uma cor esverdeada veio se aproximando da cidade, como uma onda se aproxima da costa e trouxe a destruição que em cinco minutos marcou para sempre a memória de todos os que presenciaram tal acontecimento.

A cidade que nunca havia vivenciado calamidade como aquela, ficou em choque e a camaradagem e o espírito de equipe prevaleceram naqueles dias de dificuldades enfrentados por todos, independentemente de cor, credo ou posição social.

Todo aquele desespero que a população de uma forma ou de outra enfrentou "matando no osso do peito" foi muito bem traduzido na música de Amauri Castro, que aliás, marca o início deste post.

Como o próprio Castro afirma: "A nossa sorte é que o gelo desceu picado, se fosse em barra não era só o telhado, a nossa cabeça quebrava também..."

Que esta seja a única e última calamidade que assole a pequena e belíssima Imbituba, pois tenho certeza que ela estará no imaginário de quem não a viveu, e nas lembranças distantes de quem, a meu exemplo, viveu de perto e torce para que nunca torne a ocorrer.

aloha,

Beda Batista
2BSURF

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